thumb_img
25 de julho de 2020 | 

Serafina Corrêa

Para honrar a nossa memoria e o nosso conhecimento

Por: Solange Maria Soccol


Para honrar a nossa memória e o nosso conhecimento, estamos mais uma vez colocando o nosso município e a nossa gente em destaque no mundo cultural.
Memória é a história onde os valores originais de pequenos detalhes que, muitas vezes nos passam despercebidos, mas que na verdade são os  que  com o tempo causam o impacto da transformação.

Às margens do Arroio Feijão Cru, assim chamado  pelos primeiros pioneiros da Linha Onze( Orestes Assoni), o Prefeito Guerino Antônio Massolini adquiriu uma quadra para futura construção do Centro Administrativo.Premonição? Ou o tempo acelerou no insconsciente  a inovação? Uma iniciativa de responsabilidade  que consentiria assim  uma nova paisagem  com nova estrutura e digna transformação?

Foram sequências reagindo positivamente  a todas inovações que as gerações consideravam de base aos processos culturais e sociais.E sim, nossa cidade compactua a palavra cultura com inovação, porque conservamos experiências acumuladas com nossa história, costumes e tradições. Inserimos até o presente momento o nosso comportamento de respeito, esse senso comum iluminado, esse caráter abençoado, nosso trabalho e nossa honra: identidade original.

Na gestão de Irceu Antônio Gasparin  (01/02/73 a 21/01/77) foi dado início na canalização do arroio Feijão Cru:200m.

Em seguida Egydio Chiarello ( 01/02/77 a 31/01/83) dando continuidade a seu antecessor, fez  1.714 m. de canalização, juntando os arroios que cortam a cidade, exatamente em frente ao que seria na administração seguinte , o Centro Adminitrativo, construído pelo incomparável Prefeito Sérgio Antônio Massolini, eleito Vice em 1982, e assumindo por falecimento do Sr. Irceu Gasparin (14/12/82). Em cima do arroio: A Nave dos Imigrantes (1986), luz que nos direciona o olhar e nos fala, a todos, descendentes de imigrantes ou não, de uma doce paz entre a noite e o sol, brilho e bem luminoso de promessas convocadas, passo a passo. A Nave dos Imigrantes  é como uma antecipada vitória  da vida, do grito removido da garganta dos nossos bisavós. Ela nos  fala: ‘Veni, vidi, vici’( Vim, vi, venci- Júlio Cézar 47 AC) nos reportando além da estrela que anunciou a redenção universal.

O quanto de bem foi manifestado nessa obra, quanta cortesia nessa luz que cumpriu o dever de mostrar ao mundo o sentimento imigrante.

Egidio Chiarello

Por: Solange Maria Soccol


EGYDIO CHIARELLO

Foi o construtor do Ginásio de Esportes Irceu A.Gasparin, Inspetoria Veterinária, Agência do Inss, prédio da CRT (onde até a pouco funcionou a Câmara de Vereadores), distribuiu 512.000 mudas de árvores nativas, adquiriu 100.000m2 de área no Carreiro e 55.000m2 para Parque Esportivo Municipal no então chamado ‘ povoado Orso’, hoje Bairro Planalto. (Aqui, a origem do que, anos depois, causou impacto em diversos aspectos além do econômico cultural: Camping Carreiro, Bairro Planalto…).
Trouxe para Serafina a primeira agência do Banco do Brasil e da Caixa Econômica e fez 65.000 m2 de calçamento.
Egydio, o humilde, bondoso, justo e sábio. Não tem como descrever esse ser tão importante para nossa comunidade, não apenas no setor político, na educação (ele quem trouxe II Grau para Serafina), mas no particular, muito além da dimensão material, foi e é de um valor fundamental que supera a palavra e a história, nos fazendo acreditar, nossa inteira geração, que ele é transcendente (sublime).


Existem momentos na vida de uma comunidade que, acreditando ser necessária a mudança para melhor, ninguém pode cancelar.
Adaptando-se às manifestações e controlando com operosidade e eficiência ímpares, o administrador que projetou Serafina Corrêa para a indústria sem fumaça (o turismo), embarcou na Nave e com audácia e belas linhas arquitetônicas, ousou a construção do Centro Administrativo Municipal. Uma riqueza e composição destinada a durar onde a continuidade da existência arrisca a esquecer, mas que a memória enaltece… Os canteiros nas janelas, um ritual adaptado ao tempo do respeito aos costumes circundados de história. Os lambrequins como se rodeando o edifício existisse um caminho cumprindo sua vigília sob a observação dos personagens invisíveis, aqueles que ainda amamos, pais, mães, avós, antepassados, ali, nos confirmando a continuidade da vida e do amor imortal.(30/07/1988).
Os painéis que embelezam a escadaria da Prefeitura são obra do artista plástico Aldo Alfredo Dalmás: o imigrante cansado de lutas, na sua pátria, ergueu sua asa no meio da montanha, para trabalhar e viver em paz. O pai ensina ao filho as lidas do campo, e a mãe à filha, as lidas domésticas.
Dentro do Centro Administrativo existe um espaço onde funciona uma capela, denominada Capela Frei Rovílio Costa no ano de 2015, símbolo de fé, celebrando a nostalgia das origens no desejo de paz.