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28 de março de 2021 | 

Serafina Corrêa

Comunidade Monte Bérico

Por: Adirce Pozzagnolo e Alice Casagrande Isotton


Nós temos poucas coisas escritas.
Para começar a contar, começamos por um marco. Os primeiros imigrantes de Serafina Corrêa foram por volta de 1882, então a Comunidade Monte Bérico talvez tenha sido colonizada por volta de 1900. Eles vieram da Itália ou nasceram no Brasil.


Meu nono comprou a terra de Vicenzo Marchioro, então as primeiras famílias foram:
Mariano Alves, não era da imigração italiana, era brasileiro,
Luis Moro,
Pedro Scuria,
Fenicio Bossa,
Túrmina,
Pedro Tedesco,
Celeste Pozzagnolo (era o meu avô),
José Ebertz (avô da Alice),
Mateus Brusamarello,
Joan Zampronha,
Joan Brassa,
Joan Brancher,
Federico Antônio Alban,
Vicente Zulian,
Felice Franciosi,
Variani,
Sabadin,
Ferronatto,
Conte,
Casagrande,
Comin,
Grizon,
Mariussi,
Baldissera,
Delagiustina,
Cervieiri,
Orestes Mafassoni,
João Juriati,
Gerônimo Oldoni,
Antônio Minela
e depois vieram outras famílias que não temos conhecimento.
Esse seria o crescente das famílias que vieram a colonizar a Comunidade de Monte Bérico.
Recordando que faziam parte da Comunidade: Oreste Mafassioni, Joan Giuriatti e Geronimo Oldoni.
E pessoas que ainda vivem e trabalharam muito pela nossa comunidade: Vini Brancher, Telvino Ferronatto, Jurema Ferronatto Mariussi e Alice Brusamarelo conhecida como Egide.

RELIGIOSIDADE

Como sabemos, os italianos tinham muita fé em Nossa Senhora e em Nosso Senhor. Eles, então, construíam um local para rezar, para encontrar-se, para reunir-se juntos. Depois de rezar, eles jogavam a mora e contavam histórias, aos domingos. Então eles faziam um Capitel. Em Monte Bérico, primeiro foi construído o Capitel e o Cemitério para enterrar os mortos. Depois, eles construíram a primeira igreja, não sabemos quem foram as pessoas, porque não temos nada escrito, mas acreditamos que foram essas famílias que citamos.
A primeira igreja que temos documentos foi benta pela ordem do Bispo de Porto Alegre, Don Cláudio José Gonçalves Ponche Leão, em 03 de Dezembro de 1912. Então, junto com a igreja veio o Campanil e a Campana, La Campana (O Sino), pesa 176kg, mas não foi possível ver se veio da Itália. E nossa igreja, a primeira igreja, completou 108 anos. Em 2012, fizemos a festa dos 100 anos com o Lema: Maria rumo ao Centenário e a primeira festa dos filhos de Monte Bérico.
Os Santos: Nossa Senhora de Monte Bérico é da região vêneta, de Vicenza, e nós tínhamos uma imagem de Nossa Senhora, mas não era a de Monte Bérico. Quem trouxe a imagem de Nossa Senhora de Monte Bérico, que temos hoje, foi o Padre Francisco Lolato. Quando foi visitar os pais, ganhou de presente uma imagem de Nossa Senhora de Monte Bérico e ele a trouxe ao Brasil, e nos deu de presente, em torno do ano de 1966.
Outros santos: os italianos, muito devotos, tinham vários santos. Então temos Santo Isidoro, protetor dos agricultores, Santa Bárbara, protetora dos temporais e acidentes, Santa Líbera, talvez nem todos saibam, mas é a santa padroeira das famílias e das mulheres grávidas. E esta santa quem deu de presente foram a nona da Alice, Anita Ebertz, e a minha nona Tereza De Costa Pozzagnolo, que eram parteiras, e, junto com as outras mulheres, deram a imagem de presente para a igreja. Temos também a Nossa Senhora de Salete.
A igreja que temos hoje foi construída em 1972 ou 1973.
O Cântico de Monte Bérico: por que o Cântico? Como faríamos a festa dos 100 anos, queríamos um Cântico para homenagear Nossa Senhora, mas não era fácil, porque para fazer o Cântico, teria que conhecer a história. Na época, havia o Padre Eliseu que sugeriu que pedíssemos para o Padre Giovanni Simonetto, pois ele vinha da região do Vêneto. Então falamos com o Padre Giovanni e a história de Nossa Senhora de Monte Bérico era que a Nossa Senhora apareceu em uma localidade de Monte Bérico, em Vicenza, para uma mulher chamada Vicenza, que estava levando comida para o marido que estava trabalhando no morro. Então, Nossa Senhora apareceu, e era tempo da peste Bubônica, e pediu que rezassem muito e construíssem uma igreja no alto do morro. Então Vicenza relatou o pedido e os homens começaram a construir a igreja, na época em que a peste matou cerca de 90% da população, em 1426. E conforme a igreja era construída, a peste ia passando, e também nasceu uma fonte naquele lugar. Então o Padre Giovanni escreveu a música e pediu que o Doutor Roberto Mauro Arroque e a falecida Maria Amélia Arroque Gheller fizessem a melodia da música. E pedimos a eles para fazerem, e quando foi a hora de apresentar a música, houve a Gripe H1N1, então não foi possível fazer a festa, mas o Dr Roberto, seu filho Giovani, Maria Amélia fizeram a apresentação do Cântico de Monte Bérico.e o Padre Giovanni Simonetto rezou a missa nesse dia.

 

ESCOLA

Como eram as escolas. A primeira escola que nossos pais foram, filhos dos primeiros moradores, era nas terras de Giacomo Sabadini, localizada entre as comunidades hoje de Santa Ana, São João e Monte Bérico. Eles iam para a escola e os primeiros Professores foram Noemia Pizzatto, Estherina Marubin, Gregianin, Felicio Bossa, e depois, a Escola passou para a beira do Rio Carreiro, nas terras de Fiorelo Conte. A primeira Professora foi filha de um dos fundadores de Monte Bérico: Maria Teolinda Ebertz Casagrande, ela foi professora por 10 anos. Naquela época, era o primeiro livro, segundo livro, terceiro livro, quarto livro e a seleta, quem tinha a seleta podia ser professor. Depois, a Escola foi para o salão antigo da Capela Monte Bérico, e foi tantos anos a escola lá. Depois construíram a Brizoleta e depois a escola em Monte Bérico. Depois as escolas foram nuclearizadas, então fecharam essas menores das comunidades.

 

TRANSPORTE

O transporte era a pé, a cavalo, charrete e o primeiro carro em Monte Bérico era de Angelo Gabriel Casagrande, pai da Alice, um Pontiac Chevrolet.

 

CEMITÉRIO

Os sócios dos cemitérios eram o sócios da comunidade. Então, como o cemitério de Monte Bérico era o único da região, recebia mortos de Caravaggio, Linha 13, Santa Ana e São João. Pensamos que foi um dos primeiros cemitérios, depois criaram outros ou levavam os mortos para a Undeze (para a cidade de Serafina Corrêa).
Há uma história de uma senhora chamada Tereza Dagora, ela vivia na terra onde hoje vive o Conte. Ela morreu em 1913, ela ainda está lá, com a cruz e o nome escrito em italiano. A história que sabemos é que esta mulher estava lavando roupa no poço (na fontana) e um filho, por engano, havia disparado um tiro e matado a própria mãe. Então se ela foi enterrada em 1913, provavelmente eles estavam morando há algum tempo em Monte Bérico. E há outras cruzes também, com as da família Fonini que não se sabe a origem. Na década de 80, vieram netos de Tereza Dagora, levaram o padre e a comunidade fez um almoço. Então, nessa época foi rezada a primeira missa em Talian, foi a primeira a ser rezada em Serafina Corrêa.

E hoje, nossa comunidade tem cerca de 15 sócios, sendo que alguns moram na cidade e ainda tem terra na Comunidade de Monte Bérico.